Votou em 2024? Relembre os eventos de maior destaque das eleições municipais na região de Campinas
26/12/2024
Retrospectiva mostra os fatos mais relevantes do período eleitoral, como a reeleição de Dário Saadi, segundo turno inédito em Sumaré e Tuiuti sem prefeito porque o vencedor teve candidatura indeferida. Não seria possível fazer uma retrospectiva de 2024 sem as eleições municipais. Os eleitores da região de Campinas (SP) foram às urnas, em outubro, para escolher prefeito e vereador.
Com um segundo turno inédito em Sumaré (SP) e um prefeito com candidatura indeferida em Tuiuti (SP), a eleição municipal determinou quem vai defender os interesses das 31 cidades da região pelos próximos quatro anos.
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🗳️ O g1 relembra, abaixo, os acontecimentos mais marcantes do processo eleitoral, entre debates, entrevistas exclusivas e movimentação do eleitorado. Confira:
1. Campinas teve 5 candidatos a prefeito e 5,3 mil candidatos a vereador registrados
Candidatos à Prefeitura de Campinas, da esquerda para a direita: Angelina Dias (PCO), Dário Saadi (Republicanos), Pedro Tourinho (PT), Rafa Zimbaldi (Cidadania) e Wilson Matos (Novo)
Marcelo Gaudio/g1
A metrópole registrou 5.338 candidaturas para assumir uma das 33 cadeiras da Câmara dos Vereadores em 2025. Destes, 82% dos vereadores tentavam permanecer no cargo nos próximos quatro anos. .
Para a prefeitura, cinco políticos registraram-se para tentar a vitória nas urnas, sendo eles Angelina Dias (PCO), Pedro Tourinho (PT), Rafa Zimbaldi (Cidadania), Wilson Mattos (Novo) e Dário Saadi (Republicanos), que conquistou a reeleição.
2. Candidatos à Prefeitura de Campinas foram entrevistados pelo g1 Campinas
Cada um dos concorrentes no pleito concederam uma entrevista exclusiva a jornalistas do g1 Campinas e da rádio CBN. Veja os assuntos comentados em cada uma delas ⬇️.
Dário Saadi, em sua entrevista, propôs a ampliação da estrutura da Defesa Civil para o combate de extremos climáticos que têm provocado graves incêndios, prometeu melhora do manejo de árvores e se definiu como de 'centro-direita'.
Depois, foi a vez de Pedro Tourinho, que prometeu criar uma "moeda social" para impulsionar a economia local e favorecer a população mais vulnerável.
Angelina Dias, que abriu a série de entrevistas, afirmou que o pedido de indeferimento da sua candidatura na Justiça Eleitoral era "perseguição" contra o seu partido. Segundo ela, os tribunais "sempre arrumam" alguma coisa para negar o direito à concorrer ao pleito.
Wilson Matos declarou que pretendia privatizar a Ceasa nos primeiros 100 dias de governo. De acordo com ele, o modelo de concessão da central de abastecimento de hortaliças e hortifrútis da metrópole iria servir para ser replicado em outras autarquias públicas.
Rafa Zimbaldi afirmou que pretendia reduzir em 30% o número de funcionários comissionados na administração municipal. Segundo ele, dessa forma seria possível direcionar uma parcela maior do orçamento do município para fortalecer o funcionalismo público.
3. EPTV e g1 transmitiram debates para candidatos à Prefeitura de Indaiatuba (SP), Hortolândia (SP), Sumaré e Campinas
Cenário pronto para o debate entre os candidatos à Prefeitura de Campinas
João Gabriel Alvarenga/g1
Para ajudar os eleitores a escolherem em qual candidato votar, o g1 Campinas e a EPTV, afiliada da TV Globo, realizou debates com os candidatos à Prefeitura de Campinas, Hortolândia, Indaiatuba e Sumaré. Veja como foi cada um dos confrontos de ideias.
Em Campinas, Rafa Zimbaldi, Pedro Tourinho e Dário Saadi discutiram sobre temas relacionados à disputa política, saúde e educação três dias antes do pleito.
O confronto de ideias em Sumaré reuniu Ana Cleia Meneguetti (Federação Rede - PSOL), Eder Dalben (Cidadania), Toninho Mineiro (Mobiliza) e Willian Souza (PT), com o debate de questões relacionadas às construções de um hospital municipal e de terminais para integrar o transporte público, a adoção do bilhete único e combate a enchentes.
Com o foco em questões relacionadas à mobilidade urbana, e perguntas sobre saúde, educação e emprego, Bruno Ganem (Podemos), Dr. Custódio (MDB), Frodo (PSTU) e Professora Bel (Federação PT/PC do B/PV) debateram os problemas de Indaiatuba.
Em Hortolândia, Aline Nunes (DC), Dr. George (PL), Prof. Eliane Garcia (Federação Psol/Rede) e Meira (União) participaram do debate. Zezé Gomes não compareceu. Os candidatos falaram sobre mobilidade urbana, habitação, impostos municipais e segurança pública.
4. Justiça Eleitoral cassou registro de candidatura de Dário Saadi em 1ª instância
EPTV entrevista Dário Saadi (Republicanos), candidato à Prefeitura de Campinas
Reprodução/EPTV
Em 19 de setembro, a Justiça Eleitoral cassou em primeira instância o registro de candidatura de Dário Saadi à reeleição para a Prefeitura de Campinas por abuso de poder político durante a campanha à reeleição. Em uma entrevista à EPTV, Dário Saadi definiu como “ridícula” a acusação que levou à cassação, em primeira instância, do registro da própria candidatura.
Segundo o processo, os espaços utilizados indevidamente por Dário para a gravação de programas eleitorais foram uma creche municipal, um consultório odontológico municipal, o Hospital Ouro Verde e a UPA Padre Anchieta.
No dia 17 de dezembro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) derrubou a decisão de cassação da candidatura de Dário Saadi, após ser reeleito. Apesar disso, a chapa foi multada em R$ 21.282 por irregularidades na campanha.
5. Na véspera da eleição, pesquisa indicou que Dário Saadi venceria no primeiro turno
Quaest Campinas, votos válidos: Dário tem 59%, Tourinho, 27% e Rafa, 13%
Uma pesquisa da Quaest, divulgada na véspera da eleição com os votos válidos da disputa para prefeito de Campinas, mostrava o candidato à reeleição Dário Saadi com 59%, Pedro Tourinho com 27%, e Rafa Zimbaldi com 13%.
Ou seja, neste cenário, Dário Saadi venceria no primeiro turno. Wilson Matos aparece com 1%, e Angelina Dias, com 0%.
6. Dário Saadi é reeleito prefeito de Campinas
Dário Saadi (Republicanos), reeleito prefeito de Campinas (SP) neste domingo (6)
Reprodução/EPTV
Logo no 1º turno, Dário Saadi conseguiu 66,77% (355.800 votos) e governará a metrópole por mais quatro anos. A informação da reeleição de Dário foi confirmada pela Justiça Eleitoral quando a apuração de votos na metrópole chegou a 89%.
Em primeira entrevista após o resultado oficial da votação, o prefeito reeleito disse que o resultado surpreendeu e 'aumentou o compromisso' com a cidade. Sobre os desafios dos próximos quatro anos como chefe do Executivo em Campinas, Dário enfatizou ações no transporte público e saúde, reforçando os impactos enfrentados no começo do primeiro mandato por conta da pandemia da Covid-19.
Com 100% das urnas apuradas, o TSE apontou que 274 mil dos 884.726 eleitores aptos deixaram de comparecer ao pleito na metrópole, o que representa abstenção de 30,97%, taxa menor que a registrada no 2º turno de 2020 (35,25%), quando Saadi foi eleito para seu primeiro mandato.
🥈 No segundo lugar, ficou Pedro Tourinho, com 23,18%, Rafa Zimbaldi ficou em terceiro lugar com 7,99%, Wilson Matos com 1,88%, e Angelina Dias com 0,19%, mas estava anulada sub judice.
7. Quem é Mariana Conti, a vereadora mais votada de Campinas?
Vereadora mais votada em Campinas, Mariana Conti (PSOL)
Câmara Municipal
Pela segunda vez consecutiva, Mariana Conti (PSOL) foi a candidata à Câmara de Vereadores mais votada em Campinas, com 14.356 votos, superando a marca de 10.886 eleitores da candidatura anterior, em 2020.
Em conversa com o g1, ela afirmou que pretende continuar a luta pelas questões ambientais e comemorou o aumento da representatividade feminina. A vereadora reiterou ainda que, entre os principais desafios como oposição na Câmara Municipal, está conseguir aprovar projetos os quais ela entende ser relevante.
Campinas terá o maior número de vereadoras da história. Mas a desigualdade de gênero ainda é grande: serão só cinco mulheres e 28 parlamentares homens na legislatura até 2028. Ao longo da história, apenas 19 mulheres foram eleitas para o cargo.
8. Quem é Vini? 'Direitista' e influencer, 2º vereador mais votado de Campinas é também o mais jovem da história
Vinícius de Oliveira Sandoval (Cidadania), o Vini, é o segundo vereador mais votado em Campinas
Redes Sociais
Vinícius de Oliveira Sandoval, o Vini (Cidadania), é o segundo vereador mais votado de Campinas com 11.423 votos. Aos 22 anos, é o parlamentar mais jovem eleito como titular na metrópole e soma 101 mil seguidores no Instagram.
O estreante começou a se manifestar de forma política como influenciador nas redes sociais, onde reúne, principalmente, denúncias contra serviços da administração municipal e políticos locais.
9. Nem o próprio voto: quem são e o que dizem os 4 candidatos a vereador zerados nas urnas
Eleições 2024 em Campinas: eleitores votam em seção eleitoral de Campinas
Pedro Amatuzzi/g1
Quatro candidatos a Câmara de Vereadores de Campinas terminaram sem nenhum voto no pleito do 1º turno. Isso significa que nem os próprios candidatos votaram neles mesmos. Entre os "zerados", três são do PRD (Partido da Renovação Democrática) e um do DC (Democracia Cristã). São eles:
Fernanda Brito (DC)
Thamiris Araujo (PRD)
Camila Freitas (PRD)
Leonardo Moura (PRD)
O g1 entrou em contato com o número presente no pedido de registro da candidatura de Fernanda Brito. O telefone pertence ao tesoureiro do partido, que informou que a candidata sofreu um infarto e, por isso, não pôde fazer campanha ou registrar o próprio voto.
Jeferson Beierle, primeiro-secretário do diretório municipal do PRD, disse que Thamiris Araújo e Leonardo Moura deixaram de votar neles mesmos porque, supostamente, não tiveram as candidaturas exibidas na urna. No entanto, a Justiça Eleitoral informa que possui documentos - extraídos antes e depois da votação - que comprovam que nome e número deles estavam, sim, disponíveis.
Camila Freitas disse ter interrompido a campanha e deixado de votar porque quebrou a perna.
10. Homens, brancos e com ensino superior: quem são os prefeitos eleitos na região
Segundo turno das eleições 2024 em Sumaré
Pedro Amatuzzi/g1
👨🏻🦳 Nos próximos quatro anos, todas as cidades da região de Campinas terão homens como prefeitos. Dos 29 chefes do Executivo já eleitos, três se declararam pardos. São eles Zezé Gomes (Republicanos), de Hortolândia, Danilo Barros (PL), de Paulínia, e Derlei (União) de Pedra Bela.
O número de partidos ficou mais enxuto. Há quatro anos, os prefeitos dos municípios se dividiam entre 12 siglas diferentes. Agora são apenas nove. Tanto em 2024, quanto em 2020, o Partido Social Democrático (PSD) foi o que conquistou mais cadeiras nas prefeituras.
O PSDB, que historicamente sempre comandou parte das prefeituras na região, pela primeira vez em 24 anos não elegeu nenhum prefeito e sequer teve candidatos.
🤔 O que explica a mudança? Doutor em sociologia, Vitor Barletta afirmou que o enfraquecimento do partido é reflexo de "estratégias erradas" no passado recente, com a mudança de lideranças. De acordo com ele, o movimento também acontece do ponto de vista nacional, mesmo que ainda some 200 prefeitos em cidades brasileiras.
"Aqui na região, o PSDB deixou de ter um peso político já tem um tempo, mas é reflexo de uma crise nacional. Ao longo da última década, temos uma mudança no cenário político, novos atores, novos grupos aparecendo, sem que você possa contar com lideranças nacionais, isso tudo cobra o seu preço na redistribuição de forças", explicou.
11. Mais votado em Tuiuti, Amarildo Lima foi indeferido com base na Lei da Ficha Limpa e cidade voltará às urnas em 2025
Voração encerrada em Tuiuti (SP) às 17h40 deste domingo (6)
Reprodução/TSE
Tuiuti (SP) é a única cidade da região sem prefeito eleito ou cenário de segundo turno após as eleições municipais. Apesar de ter vencido as eleições com 46,83%, Amarildo Lima (PSB) não pôde ser considerado o novo chefe do Executivo da cidade de 6,9 mil habitantes.
Ele teve o registro de candidatura indeferida com base na Lei das Inelegibilidades, conhecida como Lei da Ficha Limpa. Segundo o processo, a Justiça Eleitoral declarou o candidato do PSB inelegível por conta de duas ações judiciais em que ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
O primeiro é um processo criminal iniciado em 2003 sobre parcelamento irregular de solo. Amarildo foi condenado em primeira e segunda instância, cumprindo a pena (pagamento de multa) em 2017. O MPE entendeu que o prazo começou a contar em 2017 e, portanto, o candidato estaria inelegível até 2025.
O segundo é um processo de improbidade administrativa iniciado em 2012 por uso de um veículo da Prefeitura de Tuiuti para assistir jogos de futebol em uma cidade vizinha. Na sentença, Amarildo foi condenado à perda dos direitos políticos e, segundo o MPE, essa perda está vigente.
👉 Após a posse dos vereadores, assumirá interinamente como prefeito o presidente da Câmara Municipal. A população de Tuiuti terá que voltar às urnas em uma eleição suplementar em 2025.
12. Em 2º turno inédito, Sumaré elege Henrique do Paraíso
Henrique do Paraíso (Republicanos) é eleito em Sumaré com 58,65% dos votos.
Pedro Amatuzzi/g1
Após ultrapassar a marca de 200 mil eleitores, Sumaré teve primeiro segundo turno da história do município, que consagrou Henrique do Paraíso (Republicanos) como o novo prefeito pelos próximos quatro anos, com 58,22% dos votos.
Mesmo com o ineditismo, 32,92% dos 203.032 eleitores aptos a votação no município não compareceram às urnas.
Após eleito, em entrevista à EPTV, Henrique do Paraíso afirmou que iria assinar convênios para melhorar a segurança pública da cidade, e que a construção de um hospital municipal e a melhoria do transporte público eram prioridades do governo. Também disse que iria sinalizar os radares do município e que acabaria com a "indústria da multa".
O candidato eleito estava em seu segundo mandato como vice-prefeito de Sumaré, foi condenado por improbidade administrativa após ser flagrado depredando um radar móvel na cidade.
*sob a supervisão de Marcello Carvalho
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